segunda-feira, 6 de abril de 2009

Enrico Franceschini

Nos EUA, ricos ganham 80 vezes mais do que os outros


A capa retrata o povo em barricadas da revolução francesa, mas com um cartaz moderno em mãos: "Get the rich!", peguem os ricos. E o título de um suplemento no centro do jornal tem um sabor de um juízo divino. "É mais fácil para um camelo". Não há necessidade de concluir a frase evangélica: todos sabem como ela termina. O Economist, jornal semanal com sede em Londres mas com mais de um milhão de leitores em todo o mundo, fotografa assim a realidade do momento: uma onda universal de raiva, dirigida aos banqueiros, aos corretores, aos especuladores que, durante anos, enriqueceram enormemente e depois contribuíram para que o sistema financeiro quebrasse, desencadeando a pior recessão desde 1929. A reportagem é de Enrico Franceschini, publicada no jornal La Repubblica, 04-04-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Fonte: UNISINOS


Uma revolta popular que se esconde nas manifestações de praça pública em Londres e em Estrasburgo, por trás dos sequestros dos administradores principais e as ocupações das fábricas, apontada contra uma era de crescentes desigualdades, contra uma brecha entre ricos e pobres que aumentou excessivamente no arco das últimas três décadas.

No dia seguinte ao encontro do G20, que promete tratar desses excessos, as cifras coletadas pelo semanário londrino impressionam. Em 1979, 0,1% dos americanos mais ricos ganhava 20 vezes mais do que os 99% mais pobres. Em 2006, antes da crise atual, ganhava 77 vezes mais. Em 1982, as 400 pessoas da lista dos mais ricos do mundo publicada pela revista Forbes tinham um patrimônio total de 92 bilhões de dólares. Em 2006, o valor havia subido para 1,25 trilhões. Em 1982, 75 milhões de dólares eram suficientes para entrar na lista. Em 2006, era necessário um bilhão. Em 1982, 10% dessas fortunas haviam sido feitas no setor financeiro. Em 2006, 25%.

Sempre houve, naturalmente, ricos e pobres, mas aqui está a diferença entre aqueles de então e os de hoje: banqueiros e especuladores, afirma o Economist, parecem "imerecidamente" ricos, diferentemente dos clássicos empreendedores do passado ou dos mais recentes, como os fundadores da Microsoft e do Google. Algo diferente do capitalismo: isso tem a aparência de um "socialismo para os ricos", uma "plutonomia", uma economia dominada pelo consumismo dos ricos, um "Richistan".

Identificado o fenômeno, o Economist, porém, faz uma distinção e lança um aviso. A distinção é que os ricos da terra já estão pagando um preço: desde o início da crise, perderam 10 trilhões de dólares, um quarto das suas riquezas. A Forbes calcula que, em dois anos, o número dos bilionários no mundo diminuiu de 1.125 para 793. E o Spectrem Group, sociedade de pesquisas, estima que, apenas nos EUA, os milionários tenham caído de 9,2 para 6,7 milhões. E não termina por aí: as medidas adotadas pelo G20 trarão mais transparência e mais rigor fiscal com relação aos ricos.

Porém, o dossiê contém um aviso: as finanças não causaram só danos. Criaram também benefícios para o resto da economia, serviram de reboque para a globalização, que levou bilhões de homens para fora da pobreza. Reformar o capitalismo, conclui o prestigioso semanário, é justo, mas é preciso resistir à tentação de um populismo fácil contra os bancos, os banqueiros e os ricos, senão todos sairemos perdendo.

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