sexta-feira, 17 de abril de 2009

Paloma Oliveto

Cisternas modificam semiárido

Do solo rachado de tanta aridez, brotaram frutas, legumes, verduras. Artigo raro no sertão nordestino, a água começou a chegar às casas, sem necessidade de se percorrer quilômetros atrás de um açude cheio. Famílias que passavam fome e sede agora não precisam abandonar suas roças inférteis. Plantam, criam animais, geram renda. Para isso, uma solução simples, barata e eficiente: a construção de cisternas, que beneficiam mais de 1 milhão de sertanejos de 1.021 municípios do semiárido. A reportagem é de Paloma Oliveto, da equipe do Correio Braziliense, 16/04/2009 e reproduzida pelo EcoDebate, 17-04-2009.
Fonte: UNISINOS

O programa da rede Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), da sociedade civil, tem o apoio de organismos internacionais, empresas e dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Agricultura. A experiência deu tão certo que saiu do Nordeste e foi parar num encontro internacional sobre tecnologias sociais, que termina amanhã em Brasília e conta com a participação de Estados Unidos, Canadá, Argentina, Espanha e México.

Criado em julho de 2003, o Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) já possibilitou a construção de 252.575 reservatórios que armazenam água da chuva. Com custo de R$ 1,7 mil, cada cisterna tem capacidade de 16 mil litros, suficiente para abastecer uma família de cinco pessoas por até oito meses. “A cisterna mudou minha vida para melhor. Antes era muito difícil, tinha que carregar água de muito longe, e a água não era boa. Tinha momentos de ter a comida, mas não ter a água para fazer a comida. Hoje, graças a Deus, minha cisterna está cheinha”, conta Maria Emília Nobre da Silva, moradora de Pesqueira, em Pernambuco.

O resultado, constatado pelo Centro de Pesquisa Tecnológica do Semiárido, é que as famílias têm mais tempo para cuidar de suas casas e roças. Um estudo do CPTSA mostrou que pessoas sem cisterna chegam a caminhar 36 dias por ano atrás de água - o equivalente a mais de um mês de trabalho. Somente em Pajeú, no interior pernambucano, os homens gastam em média uma hora por dia atrás dos açudes, segundo a organização não governamental Diaconia, que atua na região.

“Mas para garantir a soberania alimentar das famílias, são necessárias duas águas: a de beber e a de comer”, diz José Aldo dos Santos, coordenador da ASA. Água de comer, explica, é aquela que permite aos pequenos agricultores plantar e criar animais. Para isso foi preciso desenvolver uma nova estratégia, batizada de Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2). Uma cisterna adaptada, chamada calçadão, é capaz de armazenar 52 mil litros de água. “O custo é de R$ 4 mil, e pode ser considerado pequeno em relação aos resultados”, diz Santos. Ele faz questão de ressaltar que a tecnologia, que consiste em uma área pavimentada de captação de chuvas e num reservatório, foi invenção de um agricultor. “Não saiu da cabeça de um acadêmico”, diz, orgulhoso.

Procura

Com a garantia da água, famílias como a da dona de casa Maria Valnice da Silva de Oliveira, de Santana do Acaraú, no Ceará, não precisam mais deixar o semiárido para procurar melhores condições de vida longe do sertão. Hoje, além da criação de animais - principalmente do bode, cuja carne é vendida para vários estados -, elas cultivam milho, feijão, algodão, hortaliças, caju, goiaba, limão e banana. Frutas como seriguela também fazem parte da produção e são transformadas em compotas.

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