sexta-feira, 3 de abril de 2009

Giampiero Martinotti

Em Paris, manifestantes 'sequestram' Pinault, o rei do luxo


Cinco dirigentes sequestrados na região de Grenoble, François-Henri Pinault bloqueado em um táxi durante uma hora por cerca de 50 dos seus empregados, manifestantes que jogam ovos contra as forças de ordem para protestar contra Nicolas Sarkozy em visita ao Poitou-Charentes: os conflitos sociais franceses se radicalizam, as ações de protesto se tornam sempre mais violentas com o aprofundamento da crise. Os episódios não são numerosos, mas são levados muito a sério por especialistas e sindicatos, que não conseguem canalizar o descontentamento social. Às vésperas do G20, as tensões crescem. E o mesmo ocorre também na outra margem do Canal da Mancha: nesta quinta, em Londres, houve três manifestações e nesta quarta-feira houve medo em razão de um alarme de bomba frente ao Banco da Inglaterra. A reportagem é de Giampiero Martinotti, publicada no jornal La Repubblica, 01-04-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Fonte: UNISINOS


Como já havia ocorrido nos dias anteriores na Sony e na 3M, são as reestruturações, as demissões, o fechamento de fábricas que desencadearam a ira dos trabalhadores. Em Grenoble, foram sequestrados o administrador delegado da filial da norte-americana Caterpillar e outros quatro administradores. O objetivo é obter indenizações de demissão mais altas e garantias sobre a manutenção dos postos produtivos. Nada de violência (os jornalistas puderam se encontrar com os dirigentes, e um dos administradores foi solto porque estava doente), mas sim uma tensão forte, até porque os trabalhadores não pretendem cessar antes de receber algumas garantias.

Uma situação muito semelhante ocorreu com Pinault, número um e principal acionista da gigante do luxo PPR [Pinault-Printemps-La Redoute], (Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga estão entre as marcas, mas nessa galáxia do grupo também está a Puma), além de marido da estrela do cinema Salma Hayek e proprietário do Palazzo Grassi, em Veneza. Ele estava saindo de uma reunião do comitê europeu do grupo, que se realizava na capital, quando o táxi em que se encontrava foi bloqueado por cerca de 50 trabalhadores da Fnac e da Conforama, duas empresas em que estão previstas reestruturações e supressões de postos de trabalho. O homem-símbolo do luxo mundial ficou "refém" por uma hora, depois as forças de ordem chegaram e permitiram que o táxi partisse, sem que ocorressem incidentes.

Tudo isso enquanto, em Londres, um pacote suspeito, abandonado por desconhecidos próximo do Banco da Inglaterra, no coração da cidade, causa pânico. É um alarme falso, mas por quase uma hora se difunde o medo de que os "black bloc", os "cavaleiros do apocalipse" ou alguma outra sigla extrema da galáxia no-global tenha lançado um ataque ao coração do capitalismo: sob as vozes de evacuação do banco central e de outros edifícios adjacentes, a polícia esvazia as ruas. Tanto medo por nada. E rapidamente os cadeados colocados no portão do Banco da Inglaterra são retirados: mas há o temor de que seja um presságio do que poderia ocorrer nesta manhã. Para o dia do início da cúpula, de fato, enquanto Gordon Brown, Barack Obama e outros líderes do G20 irão a um coquetel com a rainha e depois jantar todos juntos em Downing Street, foram anunciadas três manifestações de protesto que tinham efetivamente o sabor de um ataque.

Uma começa às 11h desta manhã: manifestantes "anticapitalistas" se encontrarão na cidade e no Bank of England, onde ontem se encontrou o pacote suspeito. Uma segunda manifestação, organizada pelo movimento ambientalistas, irá acampar pouco depois do meio-dia em frente ao European Climate Exchange. A terceira, promovida pela coalizão contra a guerra no Iraque e no Afeganistão, marchará às 14h rumo à embaixada norte-americana em Grosvenor Square, a praça que também fica em frente à embaixada da Itália.

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