segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Frei Betto


Globalização e migração


Frei Betto
Fonte: Correio da Cidadania



Ao que chamam globalização, prefiro denominar globocolonização, e resulta de avanços tecnológicos de interação dos meios de comunicação e informação, que permitem o deslocamento, em tempo real, do capital financeiro, com o objetivo de desestabilizar (e descapitalizar) governos que resistem à hegemonia capitalista neoliberal.

No biênio 1950-60, como reação à crise estrutural do capitalismo instaurada no pós-guerra, a globocolonização se impôs em função da reestruturação econômica da hegemonia capitalista. Teve como característica a substituição do modo de produção tecnológico mecanizado pela tecnologia informatizada.

Tal processo, facilitado pelo período conservador Reagan-Thatcher dos anos 80, e o fim do socialismo na Europa do Leste, permitiram a ampla expansão do capital financeiro. O processo globocolonizador legitimou a desconstrução do Estado-nação, a hegemonização do planeta sob o controle das nações metropolitanas e a supremacia do mercado sobre o Estado.

A economia passou a ser tratada como esfera distinta das esferas política e social. O governo Lula ratificou essa autonomia da esfera econômica ao entregar o Banco Central em mãos de um economista filiado ao PSDB, Henrique Meirelles. Criou-se uma interconexão entre as economias nacionais dos países do G8 e daqueles que, como o Brasil, são considerados em vias de desenvolvimento. A recente crise financeira nos EUA e seus reflexos internacionais o comprovam.

Embora a globocolonização favoreça a livre circulação do capital, ela restringe a livre circulação de pessoas. Impede-se a globalização da migração. Nos séculos passados, a migração representou um fator positivo que expandiu o comércio e a economia, permitiu a criação de nações, fortaleceu a urbanização, estimulou intercâmbios sociais e culturais. O sistema capitalista suportou a migração Norte-Sul, sobretudo nos períodos de desemprego pós-guerras (7 milhões de europeus chegaram à Argentina na virada dos séculos XIX e XX) mas, hoje, rechaça a migração Sul-Norte e teme a Leste-Oeste.

Por força do semicolonialismo, o processo migratório tende a crescer. Segundo a ONU, em 1965 os migrantes internacionais eram 75 milhões; 84 milhões em 1975; 105 milhões em 1985; e, em 2000, 150 milhões.

Os avanços tecnológicos das últimas décadas permitiram aos trabalhadores dos países ricos atividades menos exaustivas; houve melhora nas condições de trabalho; conquista de mais diretos trabalhistas. A classe trabalhadora dos países pobres, entretanto, que extrai e manufatura matéria-prima para os países ricos, se tornou muito mais explorada. O que provocou aumento da migração.

Se hoje existem mais de 4 milhões de brasileiros em busca de trabalho no exterior é por falta de esperança no mercado interno. E não há muro, lei ou polícia que reduza o fluxo migratório enquanto não se romper a dependência do mundo em relação ao G8. Este que se prepare para quando a muralha da China for transposta por hordas de migrantes…

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Livro

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O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário –, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo. Em 2009, o Fórum acontecerá entre os dias 27 de janeiro a 1° de fevereiro, em Bélem, Pará. Para saber mais, clicar na figura.

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